A maioria das empresas familiares não consegue chegar à segunda geração. Um dos erros é colocar herdeiros não preparados para os cargos de liderança

 

Ilustração de Alex Fleming publicada no livro "Famílias Empresárias...Vamos Dialogar?"

Ilustração de Alex Fleming publicada no livro “Famílias Empresárias…Vamos Dialogar?”

Do total das empresas familiares, 30% chegam à segunda geração da família, 15% à terceira e 4% à quarta geração (dados da HSMManagement 2003). Esta falta de sustentabilidade dos empreendimentos ao longo do tempo é um problema para a economia, já que as empresas familiares são maioria absoluta não só no Brasil como em outros países do mundo.

O fato de não conseguir transmitir o negócio através das gerações tem como causa diversos fatores, dentre eles a falta de diálogo sobre o futuro e os conflitos familiares, mas também a falta de estrutura e de profissionalização dessas empresas. Elas pecam, principalmente, por não prepararem suas lideranças e não planejarem a sucessão, considerando a sucessão como um evento único, que ocorre quando da saída do fundador da empresa.

Este é um problema comum nas empresas familiares brasileiras, que têm baixas expectativas de vida. A longevidade desses empreendimentos passa pela gestão de conflitos, alinhamento de objetivos, e também por definição clara de cargos, competências para assumi-los e indicadores e monitoramento de performances. Além de ter o perfil de líder, é preciso saber delegar e dialogar com suas equipes.

As promoções prematuras de herdeiros no negócio ou a colocação deles em posições de coordenação, gerência e diretoria sem capacitação para tal geram resultados inferiores ao que poderiam ser alcançados com lideranças profissionais e qualificadas para as funções. Sem experiência, conhecimento técnico e habilidade, eles impactam negativamente no clima organizacional e a motivação das equipes, com implicações nos resultados no desempenho dos negócios.

Visando perenizar o negócio, a alta direção da empresa deve ter o compromisso de capacitar as lideranças para a sucessão, podendo ser familiares ou não. Trata-se de um trabalho que envolve análise do momento adequado de se colocar herdeiros em posições de líderes, que deverão ter passado por formação educacional, especializações, experiência e terem sido liderados por alguém competente no qual possam se espelhar.

O que realmente deve importar é que as posições-chave da empresa sejam ocupadas por lideranças competentes, alinhadas com os objetivos e valores da empresa familiar e essas serão as principais fontes de relações sólidas entre clientes, funcionários e acionistas. Isso, sim, é ter uma empresa profissionalizada e em condições de ser perene. Se estas lideranças bem preparadas tiverem condições de ser os membros da família, aí sim o negócio será ainda mais fortalecido. Invista no preparo dos herdeiros e na profissionalização da empresa familiar e terá um resultado promissor.

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